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Estiagem deve continuar no Estado mesmo após o fim do La Niña

  • Foto do escritor: Dejair De Castro
    Dejair De Castro
  • há 2 dias
  • 3 min de leitura
Foto: Reprodução\Web
Foto: Reprodução\Web

Após alguns meses de influência no clima mundial, o La Niña chegou ao fim, conforme anunciou a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), dos Estados Unidos. O fenômeno é o responsável pelo verão mais seco e quente no Estado este ano. Apesar de indicar uma maior normalidade, não significa que será motivo de alívio para os danos causados pela estiagem.


O La Niña se caracteriza por um resfriamento na temperatura da superfície do oceano Pacífico, capaz de provocar mudanças na dinâmica dos ventos atmosféricos, e influenciar no clima de diversas partes do globo, incluindo o território gaúcho. Sua ocorrência está diretamente relacionada a períodos com menos chuva no Estado.


De acordo com Murilo Lopes, meteorologista da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), o fim do fenômeno indica a chegada de um período de neutralidade. A região do Pacífico deixa de ter um efeito no clima e outros fatores globais de larga escala passam a se sobressair.


O encerramento, portanto, permite que a chuva e a temperatura voltem a ficar mais próximas daquilo que se espera para as regiões em determinada época do ano.


— A gente sai de um cenário onde tinha um personagem bastante importante, que era um La Niña. Agora, quem começa a afetar o clima são os coadjuvantes. Não quer dizer que a gente vá ter precipitações dentro da média. Mas, a gente passa a ter um impacto menor dessa condição do oceano Pacífico e outras oscilações globais de larga escala passam a impactar a região Sul — diz o especialista.


Como serão os próximos meses

Eliana Klerig, professora na Faculdade de Meteorologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), afirma que, apesar do fim do evento climático, a previsão de períodos mais secos para os próximos meses se mantém. Ela aponta para uma tendência de chuva mais concentrada, em que haverá momentos com volumes expressivos, seguidos por vários dias sem precipitação.


— O que influencia para nós aqui também: a temperatura da água do oceano Atlântico Subtropical, que é a nossa costa, e as concentrações de gelo na Antártica. Esses são fatores que estão favorecendo essa condição de um outono mais seco — destaca a professora.


O meteorologista Daniel Caetano, da UFSM, adiciona que os modelos meteorológicos indicam que os acumulados de chuva devem se manter abaixo da média climatológica. Um dos motivos seria um aquecimento acima do normal da superfície do continente. — Tendo em vista que as temperaturas nas regiões centrais do Brasil permanecem acima do normal, podemos esperar um período em que grandes massas de ar mais aquecidas cheguem sobre o Rio Grande do Sul, impedindo que frentes frias, o principal sistema que faz chover aqui, avance — explica.


E a estiagem?

A meteorologista Eliana Klerig pontua que a tendência é de que a situação da estiagem amenize à medida que as temperaturas vão baixando, com o outono e o inverno. Isso porque o solo permanece por mais tempo úmido após a chuva e há uma evaporação mais lenta dos reservatórios.


Após um verão de calor intenso, de pouca água, que resultou em 310 municípios decretando estado de emergência, os acumulados previstos podem não ser o suficiente para suprir a demanda de determinadas áreas, pelo menos, em um intervalo de três meses.


Daniel Caetano afirma que o reabastecimento pode não ser o bastante, principalmente, para a preparação das culturas de verão.


— As regiões Central e Oeste ficaram com chuva abaixo da média. Tendo em vista que a gente prevê que permaneça nesse regime levemente abaixo da média, a gente não vê o reabastecimento desse armazenamento de água — reflete o meteorologista.







Fonte: Gaucha ZH

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